16.12.08

O NATAL VISTO PELOS NOSSOS GRANDES POETAS


"O NATAL VISTO PELOS NOSSOS GRANDES POETAS" é o título da sessão de poesia sobre o Natal no próximo dia 18, no Café Progresso às 21h30. Acompanhamento musical (viola e acordeão) e leitura de poemas inesquecíveis.

5.12.08

Pára de olhar para mim

Ao ver meu quarto aberto
Alguém entrou
Só no acender da luz
Vê que eu não estou
Eu jurei
Quando eu voltar
Ninguém mais vai entrar
Para sempre eu vou esperar por ti

Pára de olhar para mim
Deixa-me ser alguém
Tão cedo não vais ver ninguém

Ao ver meu quarto aberto
Alguém pensou
Foi para mim que alguém assim o deixou
Para quê mentir
Se eu bem sei
Que não há ninguém igual
Para sempre eu vou esperar por ti
Pára de olhar para mim
Deixa-me ser alguém
Tão cedo não vais ver ninguém

Guardar cá dentro amor
Não nos faz nada bem
Quando cá fora o ódio quer entrar
Fui morar pra paixão
Pois eu sei
Que não há melhor lugar
Para sempre eu vou esperar por ti

Pára de olhar para mim
Deixa-me ser alguém
Tão cedo não vais ver ninguém
Eu só quero dar-te alguém melhor


Pára de Olhar Para Mim
Ornatos Violeta
Manuel cruz

4.12.08

Ninguém nos ouve

A cozinha é branca. Pura. Impenetrável. Tu desfazes figos com os dedos. Cheiras a doce, a verão. Eu escondo-me através de risinhos. As tuas mãos voltam a tocar as minhas. Voltam a sentir o suor. Está calor perto de ti. Tu és verão quando a neve cai lá fora e o frio nos obriga a acender a lareira. Roubas-me um beijo. Tu sabes que não podes. Eu sei também, mas deixo. Baixo as armas. Estou farta de lutar contra a maré, de chorar no banho, de te sentir cá dentro a rasgar-me o coração. Estou pronta. A porta da cozinha fecha-se. Os figos adocicam o momento. Estamos prontos. E agora, ninguém nos ouve.
®Anita